terça-feira, janeiro 15, 2013

Onde estará João Bosco?

 Outro texto sem final. Ainda.

    E a borracha comia. "Não fui eu, não fiz nada!", dizia ele, enquanto a polícia fazia ouvidos moucos.
    JB sempre foi muito bom em matemática, física, qualquer ciência exata. Logicamente, com seu histórico estudantil, o governo levou-o a estudar Engenharias, profissão extremamente requerida na construção do novo Estado, assim como a Publicidade e Jornalismo Governamental.
    Desde 256 D.R., os Imperadores passaram a dominar todos os continentes com mão-de-ferro. Por segurança, em 289 D.R. foi feita uma guerra mundial pela libertação, obviamente orquestrada (de forma magistral, diga-se de passagem) pelos próprios Imperadores, que "foram vencidos". Passaram então a comandar tudo dos bastidores, chegando a implantar diversos ditadores virtuais em países "mais difíceis", especialmente quando o plano era assassiná-los no final.
    Em outros países mais amistosos, a coisa era mais simples: era só colocar o governante certo para cada país, manipulando o povo através da mídia. Raramente precisavam manipular as urnas também, pois qualquer dos candidatos mais votados já fazia parte do jogo.
    Dessa maneira, os Imperadores organizavam quais locais produziam máquinas, quais matérias-primas, quais estariam em guerra, as taxas de desemprego e tudo mais.
    JB vivia num país subdesemvolvido extemamente pacífico, onde os Imperadores faziam testes de leis. Se funcionasse ali, poderiam se extender para outros governos e se tornar leis globais.
    Uma das grandes necessidades desse país, portanto, era a de profissionais de obra, para que os testes ocorressem de maneira correta e limpa. E JB estava escalado a ser um desses profissionais.
    Acontece que JB não se encaixava no perfil de engenheiro de obras. Ele com certeza era bom em ciências exatas, mas também era ótimo em artes, línguas e conhecimentos gerais. Detestava aquela mentalidade lógica de curto prazo. Mas esse não era o plano governamental. Eles não precisavam de pesquisadores criativos ou inventores; precisavam de gente no campo, dando ordens, projetando, construindo.
    JB então foi levado a trabalhar nas obras. Mas, se sentindo podado de seu potencial, ele não rendia como os outros engenheiros. Ele não acreditava naquelas ordens, não acreditava em seu trabalho, e começou a questionar as reais intenções por trás daquilo tudo. Aquele potencial para pesquisa passou a ser utilizado para decifrar a lógica utilizada pela mídia e pelo governo. Foi então que JB começou a se tornar um problema.